terça-feira, 6 de agosto de 2013

Quadrilha do Ceará aplicava golpes em SP


Ao menos 5 mil pessoas da cidade de Itapipoca- CE, tiveram o nome usado indevidamente. 



Parte de uma quadrilha que agia em São Paulo e no Ceará foi presa nesta quinta-feira (4). A polícia prendeu 25 pessoas em Itapipoca e cidades da região.

Os estelionatários usavam documentos roubados ou comprados de moradores de Itapipoca para aplicar golpes na capital. Pelo menos cinco mil pessoas da cidade cearense tiveram o nome usado indevidamente pela quadrilha.

Em São Paulo, os bandidos esbanjavam o dinheiro em carros de luxo, apartamentos e festas. As quatro mulheres e os dois homens presos viviam na capital como pessoas bem sucedidas. 
Todas vieram do mesmo lugar: Itapipoca, no Ceará, uma cidade com 116 mil habitantes, que fica a 130 quilômetros de Fortaleza. Lá começava a ação da quadrilha, que colecionava cartões de CPF, cartões bancários e de lojas de departamentos. Tudo em nome de moradores daquela cidade.

Com os documentos, o bando falsificava cheques com os dados roubados. Abria contas em bancos para sacar o limite do cheque especial, e fazia compras no comércio.


Segundo a polícia, Danielle Domingos, uma das mulheres que fazia parte da quadrilha e foi presa, fazia até 500 assinaturas falsas por dia. Com o que ganhou no crime, comprou ao menos seis apartamentos, todos no bairro do Cambuci, avaliados em R$2,5 milhões. O grupo também comprava carros de luxo, que foram apreendidos.

“O juizado especial deve ter em torno de mais de quatro ou cinco mil ações de indenização contra as instituições bancárias que são as maiores prejudicadas porque a pessoa nunca veio a São Paulo, está com o nome no Serasa e SPC porque o banco negativou, então ela entra com ação contra a instituição financeira”, explica Brend Fontenele Machado, delegado de Itapipoca.

A investigação começou em 2008, quando moradores de Itapipoca procuraram a polícia para denunciar fraudes bancárias. Os nomes deles tinham sido usados pela quadrilha em golpes. No ano passado, o departamento de homicídios passou a ajudar na investigação, porque os chefes do bando encomendaram assassinatos em São Paulo.

Em abril de 2012, Maria Renata Gomes foi encontrada morta dentro deste carro em Pirituba, Zona Oeste da cidade. A investigação mostrou que ela foi assassinada porque ajudou Narcilio Aguiar, um dos presos nesta quarta, a escapar de uma emboscada. De acordo com a polícia, Narcilio desviou R$ 800 mil da quadrilha. A polícia acredita que pelo menos 100 pessoas participem da grupo.